sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Os bastidores de "Shrek - O Musical"

O musical ambientado no reino de Tão Tão Distante segue em cartaz no Teatro Bradesco; confira como os atores se transformam antes de entrarem em cena

Fonte: Bruno Machado (Veja SP)

Toca o primeiro sinal na sala de espetáculos do Teatro Bradescoe já é possível ouvir o burburinho que vem da plateia, composta por uma maioria de crianças. O palco permanece sem luz e tranquilo. Nas coxias, tudo também parece calmo. Entediados, os Três Porquinhos conversam amenidades. Felipe Tavolaro e Rodrigo Sant’anna, os intérpretes do Lord Farquaad e do Burro, respectivamente, trocam provocações e piadas. Em frente ao espelho, como uma ilha de calmaria, permanece Diego Luri, que dá vida ao ogro verde. Rodeado por dois maquiadores, quase irreconhecível debaixo de uma prótese de silicone, o ator tenta se concentrar e aquecer a voz, enquanto seu microfone é testado. Em poucos minutos, ele vai encarar um figurino de mais de vinte quilos. Em quinze minutos, tudo precisa estar pronto para a primeira das duas sessões de sábado de Shrek, o Musical.

“Olha como eu tô bonito”, exclama Sant’anna apontando uma foto em uma revista. Ele mostra a todos no camarim uma edição de CONTIGO! com uma foto sua, tirada na pré-estreia do espetáculo. Ele pega o iPhone de Tavolaro, e, depois de algumas tentativas, publica no Instagram uma foto da imagem impressa. “Não o uso o meu celular pois ainda estou baixando o iOS 7”, se justifica para o companheiro de elenco. Sant’anna, o piadista da turma, é também o que tem a rotina mais puxada. Aos sábados, ele chega ao Teatro Bradesco às 14h e se prepara para a primeira sessão do musical, que começa uma hora depois. A segunda apresentação do dia ocorre às 19h. Depois de tirar o figurino de Burro, o ator e humorista segue para o Teatro das Artes, onde, a partir das 23h45, encarna Adelaide, Valéria e outros personagens que lhe deram fama na televisão em Comício Gargalhada.

Em oposição aos colegas de elenco, Diego Luri permanece concentrado diante do espelho e confessa que no início, não teve apoio dos pais. “Foi por isso que eu fiz jornalismo, e até cheguei a trabalhar como repórter no Rio de Janeiro. Tive um professor na faculdade que dizia que eu deveria ser ator”, explica ele, que está na profissão há três anos e desbancou mais de 1 200 candidatos para viver Shrek.

Ao tocar do último sinal, a calmaria no camarim dá lugar a uma confusão de roupas, maquiadores e camareiras. Vestido de Pinóquio, Marcelo Ferrari testa o mecanismo que faz seu nariz crescer em cena. Com dificuldade, Luri começa a vestir a pesada túnica e a calça quadriculada com enchimento que compõem o seu figurino. De repente, um pequeno zíper se rompe, com efeito de uma reviravolta dramática. Surge o diretor técnico Daniel Rodrigues e anuncia com gravidade: “estamos três minutos atrasados". Depois, pede "uma posição" de Lúcia, a camareira. Ela, que se gaba de ter trabalhado com Claudia Raia e inúmeras campanhas políticas para a televisão, é quem acode Diego.

Imperturbável, Rodrigo Sant’anna começa a trocar de roupa, e em cinco minutos está pronto para entrar em cena. Pouco antes, ele finaliza um trabalho no notebook. “É um projeto ultrassecreto para a Rede Globo”, afirma. “Mentira, ele está checando o Facebook”, provoca Tavolaro, que finaliza a maquiagem e se alonga para viver o diminuto Lord Farquaad. Resolvido o problema com a roupa de Shrek, é a Princesa Fiona (Giulia Nadruz), que irrompe, um pouco impaciente, no camarim masculino. Ela posa com o par romântico para uma foto e com ele corre para a coxia, esperando a deixa para entrar em cena.

O silêncio do público não parece intimidar os atores. Após os avisos para desligar os celulares, a plateia parece ansiosa para o início do peça. Com quase oito minutos de atraso, a orquestra executa os primeiros acordes e a cortina se ergue. O espetáculo começou.

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