quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

'Shrek' em versão brasileira

Musical tem canções adaptadas por Claudio Botelho e estreia no Teatro João Caetano. Vozeirão de Diego Luri é um dos atrativos do espetáculo

Fonte: Marianna Salles Falcão (Revista da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro)

Antes do começo do espetáculo, uma simpática fadinha dá instruções de segurança, em caso de emergências ou “ataque de bruxas”. Investindo numa ambientação mágica em todos os detalhes, o musical Shrek convida os telespectadores a viajar para Tão, Tão Distante, terra habitada por personagens de contos de fada, princesas e princípes. E também pelo anti-herói verde Shrek e seu fiel companheiro Burro, cuja trajétoria, conhecida do grande público depois de quatro filmes de sucesso, ganhou uma adaptação para a Broadway americana em 2008. A versão brasileira, que estreia no Teatro João Caetano  nessa sexta-feira, 14/12, tem as canções adaptadas pelo sempre competente Cláudio Botelho.

Defendida com segurança pelos intérpretes – desde os protagonistas Shrek (Diego Luri) e Fiona (Sara Sarres) até o afinadíssimo elenco de apoio -, a versão brasileira tem o mérito de soar extremamente natural, tanto nas músicas quanto nos diálogos. Expressões do nosso dia-a-dia tornam Tão Tão Distante mais próxima de nossa realidade carioca, o que fica mais sentido ainda no Burro de Rodrigo Sant’Anna, que fala como um típico malandro gente boa tão fácil de se encontrar pelas ruas do Rio. Diego Luri, no papel de Shrek, sabe dosar bem a potência de sua voz grave para as canções com uma suavidade em sua fala que mostra que, a despeito de sua aparência grotesca e do gosto por algumas escatologias – que as crianças adoram -, é, no fundo de suas camadas, “um ogro bonzinho”. O grande destaque do elenco, porém, fica para Marcel Octavio como o vilão Lord Farquaard, que domina com maestria os devaneios megalomaníacos do príncipe sem soar caricato, e arranca admiração pelo esforço físico do papel – para simular o tamanho diminuto de Farquaard, o ator passa a peça toda de joelhos.

Se o primeiro filme do que se tornaria a franquia Shrek foi uma surpresa em 2001 pela sátira ácida aos contos de fada – e, notadamente, aos desenhos da Disney -, a adaptação da Broadway segue mais a linha adotada a partir da continuação, com muitas paródias a elementos da cultura pop, em referências por vezes só entendidas por adultos. “Acho que é um espetáculo que tem uma magia muito bonita e, em alguns momentos, umas tiradas que são mais para adultos. Então, se o pai vier junto com o filho, com certeza ele vai ver umas coisas que a criança não vai alcançar“, considera o ator Ivan Mendes, presente na pré-estreia com a filha.

O tamanho da produção é outro ponto positivo, com destaque para a dragão fêmea gigante que guarda o castelo onde fica aprisionada a ”indefesa” princesa Fiona. Reproduzida no formato de um boneco com nada menos que 8 metros, ela bate as asas, pisca os olhos e se move por todo o cenário, numa naturalidade impressionante. Na visão do ator Daniel Rocha, que acompanhou vários musicais quando esteve em Nova York, o Brasil ainda precisa caminhar, mas está se colocando no caminho certo. “O nível de qualidade dos atores, dos bailarinos são altíssimos, porque as escolas de atuação dos Estados Unidos são voltadas para isso, e no Brasil ainda não tem uma escola assim. Mas eles estão fazendo isso há 50 anos, e a gente começou agora. Acho que a gente chega lá, brasileiro é bom ator, temos um potencial muito grande”, considera.

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